domingo, 15 de agosto de 2010

Primeiro feijão transgênico do mundo é brasileiro

Variedade é resistente ao vírus do Mosaico Dourado, que destrói plantações em todo o país.

A Embrapa desenvolveu o primeiro feijão transgênico do mundo. A variedade, resultado de 20 anos de pesquisa, é resistente ao vírus do Mosaico Dourado, que destrói plantações em todo o país.



O produtor Derci Cenci percorre a lavoura em busca da mosca branca. As poucas que escaparam do defensivo ameaçam a plantação. O ritual se repete até as mudas crescerem. Para quem já amargou prejuízos no passado, todo o cuidado é pouco.


— Nós não demos conta de combater a mosca branca, era todo dia, quando vimos a planta estava infestada e tivemos que abandonar 125 hectares de feijão irrigado — diz Cenci.


Ao sugar os nutrientes, o inseto pode injetar um vírus - que deixa as folhas amareladas, deforma as vagens e impede o crescimento da planta. As perdas podem chegar a 100% nas lavouras.


Sabendo das dificuldades que os produtores enfrentam, pesquisadores da Embrapa desenvolveram um feijão resistente ao vírus do Mosaico Dourado. A cultivar já foi testada em campo e agora só falta a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança autorizar a comercialização.


Os pesquisadores pretendem entregar o pedido à CTNBio até novembro e esperam que em 2012 as novas sementes já estejam disponíveis no mercado.


— Nós temos testado, nos últimos cinco anos, em três regiões: nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Paraná, e temos feito avaliações agronômicas. Temos comprovado que essas plantas têm sido imunes a doenças do campo e temos avançado no programa de melhoramento e de biossegurança — explica o pesquisador Josias Farias.


Especialista em Meio Ambiente, este agrônomo reconhece a importância da descoberta./ Mas recomenda cautela.


— É uma questão que deve ser tratada com muito critério, muito cuidado, tanto do ponto da segurança ambiental quanto alimentar também e da saúde das pessoas — diz o agrônomo Thomas Ludewigs, da UnB.








CANAL RURAL

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Inscrições abertas: CNA oferece cursos gratuitos e online

Até o dia 29 de agosto, os interessados poderão se inscrever nos cursos online da Escola do Pensamento Agropecuário.



Este Programa de Capacitação pela Internet é uma ação inovadora para que os produtores possam desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes coesas em relação à agropecuária no Brasil.


As aulas são oferecidas gratuitamente pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), juntamente com o Instituto CNA e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).






CURSOS


Buscando contribuir com a produção de teses sobre os temas base da Escola do Pensamento Agropecuário, o Sistema CNA/SENAR está presente com análises dos estados sobre cada um dos seis temas da Escola.


Cada tema é um curso online a ser oferecido:


- Direito de Propriedade: neste curso, os produtores poderão saber mais sobre as leis que regulamentam o direito de propriedade e poderão obter mais informações sobre reforma agrária, assentamentos rurais, entre outros assuntos.


- Trabalho Decente: Neste curso abordaremos noções gerais de Direito do Trabalho, segurança e saúde do trabalhador rural, assim como os aspectos sociais do trabalho para o melhor gerenciamento de sua propriedade rural.


- Pobreza Rural: o curso explica sobre a rede de proteção social no campo. Abordaremos debates sobre investimentos nas políticas públicas de educação, saúde, infra-estrutura e produção com tecnologia no meio rural.


- Meio Ambiente e Desmatamento Zero: informações sobre o código florestal brasileiro e debates sobre as diretrizes para um código compatível com a realidade do estado e município, noções de preservação ambiental e respeito às áreas produtivas plantadas.


- Abastecimento e Renda: neste curso serão abordados temas como endividamento rural, seguro agrícola, liberação de crédito, assistência técnica, fatores climáticos e mudanças nos planos de governo.


- Educação e Qualificação Profissional: neste curso abordaremos questões referentes à Educação no Brasil. Referendaremos sobre questões do IDEB, e o pensar de um novo modelo de Escola nas zonas rurais brasileiras, a Escola VIVA.


Você terá a sua disposição um tutor para tirar suas dúvidas de conteúdo e um monitor para tirar suas dúvidas técnicas.






Inscreva-se o quanto antes para garantir a sua vaga. Acesse: http://www.canaldoprodutor.com.br/escoladopensamento/


Fonte: canaldoprodutor.com

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quem mais preserva no Brasil é o produtor ruralPaula Laboissière - 29/07/2010 - Agência Brasil

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou hoje (29) que é preciso compatibilizar o aumento da produção de alimentos no país com a preservação do meio ambiente. Segundo ele, o governo tem estimulado práticas de não agressão ao meio ambiente, mas é preciso “ter os pés no chão”.

“As pessoas que, às vezes, defendem a natureza têm uma boa intenção, mas não conhecem o processo produtivo rural, não são capazes de entender que é perfeitamente possível compatibilizar [produção e preservação]. Ninguém quer que haja erosão, assoreamento, ninguém deixa de proteger um manancial na sua propriedade. Quem mais preserva no Brasil é o produtor rural”, disse, ao comentar o novo Código Florestal brasileiro.

Durante entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro, Rossi avaliou que a nova legislação não prejudicou em nada a preservação, apenas representou um “entendimento” de como o processo produtivo acontece no Brasil. “Produzir e preservar não são incompatíveis”, reforçou.

O ministro destacou ainda a importância de investimentos na chamada floresta plantada, uma vez que ela diminui a agressão em florestas naturais. Uma das áreas mais promissoras nesse setor, segundo ele, são as florestas de eucalipto que, com financiamentos específicos, despertam o interesse de empresários.

“Os ambientalistas têm todo o direito a ideias e opiniões, mas não podem parar o país”, disse. “Os ambientalistas que me desculpem, mas não podem fazer regras contra o povo, contra quem está levando o Estado para frente. Temos que ter cautela, normas. E elas serão respeitadas”, completou Rossi.



*Agência Brasil

terça-feira, 20 de julho de 2010

"Soja Louca 2" Ameça a produção de soja de produtores no MT

Distúrbio, que impede o amadurecimento da planta, já provocou perdas de até 15% nas propriedades atingidas.

Pesquisadores da Embrapa e agrônomos da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) vão mapear as ocorrências de uma anomalia de causa desconhecida que atacou lavouras de soja de Mato Grosso.
O distúrbio, que impede o amadurecimento da planta e causa altos índices de abortamento de flores e vagens, já provocou perdas de até 15%, em média, nas propriedades atingidas.
Por ter sintomas parecidos com os da soja louca, doença causada pelo percevejo verde, a anomalia vem sendo chamada de "soja louca 2".
O levantamento das ocorrências será apenas o primeiro passo para compreender e tentar combater a anomalia.

INCIDÊNCIA

"Já se percebeu que a anomalia atingiu tanto cultivares transgênicos quanto convencionais", disse o pesquisador Maurício Meier, da Embrapa Soja, durante reunião realizada em Cuiabá.

O gerente técnico da Aprosoja, Luiz Nery Ribas, disse à Folha que a soja louca 2 se manifesta em "manchas", e não em áreas contínuas, e que os registros se concentram na região médio-norte do Estado.

"Já vínhamos acompanhando o surgimento dessa situação há uns dois anos, mas eram casos isolados e que não causavam perdas significativas", afirmou.

"Ainda não há dados consistentes para fazer indicações aos produtores. É uma anomalia nova e há muitas suposições", disse Ribas.

Em Sorriso (420 km de Cuiabá), a soja louca 2 atingiu uma área de 1.200 hectares do sojicultor Sérgio Antonello Rubin e causou perdas de 15% na produção. "Tivemos talhões (porções de terreno) de 50 hectares inteiramente perdidos", diz.
Em safras anteriores, segundo ele, foi possível notar o problema, mas as perdas não chegavam a 1%. "Nesta safra, a situação explodiu."
O professor Paulo Degrande, do Departamento de Agronomia da Universidade Federal da Grande Dourados (MS), disse que está sendo discutida a suspeita de que um tipo de ácaro, habitante em abundância nos solos brasileiros, pode ser um dos causadores do distúrbio.




Folha de São Paulo
Autor: Rodrigo Vargas - Cuiabá

sábado, 10 de julho de 2010

O feijão-caupi no combate ao "mau colesterol"

Se você é mulher, com idade entre 45 e 70 anos, tem colesterol LDL variando de 160 a 190 mg/dl, e mora em Teresina, a sua participação no ensaio clínico da nutricionista Karoline Frota, doutoranda em Nutrição em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, pode ajudar a revolucionar o combate ao mau colesterol.
As mulheres, segundo as regras da pesquisa, devem estar na pós-menopausa, não faça reposição hormonal e nem tampouco usem medicamentos para reduzir o colesterol. Homens de 30 e 70 anos de idade, com o colesterol LDL entre 160 a 190 mg/dl e que não estejam tomando medicamento para combater o problema, também podem participar do experimento.
Karoline Frota, professora titular da Universidade Federal do Piauí, está recrutando voluntários com o perfil citado para participarem da segunda fase da pesquisa, que busca um alimento regional, como o feijão-caupi, como redutor do mau colesterol. Para participar do projeto, você deve procurar a nutricionista pelo telefone (86) 9930-9903 ou ainda pelo e-mail karolfrota@usp.br.
A primeira fase do trabalho, realizada em São Paulo, foi o desenvolvimento de uma bebida à base de proteína de feijão-caupi. A partir de agora, na segunda etapa da pesquisa, os voluntários vão usar, como complemento alimentar, a bebida que tem 25 gramas de proteína de feijão-caupi. Durante quatro meses, a nutricionista avaliará os índices de colesterol, o peso e o consumo alimentar dos voluntários.
O primeiro sinal de que o feijão-caupi poderia se consolidar como um forte auxiliar na redução do mau colesterol surgiu em 2005, quando Karoline Frota ainda fazia mestrado em Nutrição Humana, também na Universidade de São Paulo. A jovem pesquisadora usou o animal hamster, que tem o metabolismo semelhante ao do ser humano.
No trabalho, um grupo de animais recebeu o feijão-caupi integral. O outro grupo se alimentou apenas com a proteína isolada. A redução do colesterol total do grupo do feijão-caupi integral, segundo Karoline Frota, foi de 49 por cento. Já os animais que receberam a proteína isolada tiveram uma redução no colesterol total de 22 por cento.
Desde 2005, quando deu a largada na pesquisa, a nutricionista usa apenas a cultivar de feijão-caupi BRS Milênio, que é rica em proteínas e sais minerais e foi desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental, que tem sede em Belém, no Pará.



Fernando Sinimbu (654 Mtb/PI)
Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI)
Contato: (86) 3089-9118

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Governo lança nesta quinta-feira o Plano Safra 2010/2011 para agricultura familiar

Com juros mais baixos, mais recursos e a ampliação dos limites de crédito, será lançado nesta quinta-feira (17/06) pelo governo o Plano Safra da Agricultura Familiar 2010/2011.

Além dos R$ 16 bilhões ofertados para crédito, um aumento de 6,6% em relação aos R$ 15 bilhões do ano passado, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, destacou nesta quarta-feira (16/06) algumas modificações. “O Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] terá juros mais baixos, de 1% a 4% para investimento e de 1,5% a 4,5% para custeio. Também estamos ampliando o limite do programa Mais Alimentos de [renda familiar] até R$ 130 mil por operação, permitindo operações coletivas de até R$ 500 mil”, afirmou.

O limite de crédito fundiário acessado por produtor será aumentado de R$ 40 mil para R$ 80 mil no novo plano. Cassel disse que outra conquista importante foi o acesso dos produtores familiares ao Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), já consolidado para o restante do setor agrícola.


Fonte: GloboRural.com

terça-feira, 15 de junho de 2010

Apesar da soja, terra segue tendência de alta


Valor médio do hectare acompanha queda do grão e recua 18% em 2010. Em três anos, porém, a cotação explode nas novas fronteiras


Depois de começar o ano em alta, a cotação média das terras agrícolas recuou, mas mantém a tendência de valorização. O valor médio do hectare, que chegou a R$ 4.373 no primeiro bimestre, caiu a R$ 3.545 em abril. No final do ano passado, os imóveis rurais brasileiros valiam em média 18% mais (R$ 4.330/ha), aponta levantamento da consultoria AgraFNP. A queda no ano acompanha a desvalorização das commodities agrícolas mercado internacional, explica Jacqueline Bierhals, analista responsável pelo estudo. A soja, principal produto do agronegócio nacional, acumulou queda de 5% na Bolsa de Chicago no primeiro quadrimestre de 2010.
O índice negativo interrompe uma sequencia de duas altas, mas não reverte a tendência de recuperação nos preços das terras iniciada no último bimestre de 2009. "Quando avaliamos os últimos 12 meses, percebemos uma estabilidade nos valores, o que é um sinal positivo. Esperávamos um enfraquecimento dos preços por causa da crise", destaca a analista.

Entre os 26 estados brasileiros pesquisados pela AgraFNP, a cotação do hectare subiu em 19 e manteve-se estável em quatro (SP, MS, BA, AC). O Rio Grande do Sul registrou a maior alta no período, de 20%. Tocantins (18%) e Maranhão (17%) também tiveram boa valorização. Apenas três estados registraram queda, entre eles o Paraná. O valor médio da terra paranaense caiu 2% nos últimos 12 meses, para R$ 9.129/ha. No Pará e no Pernambuco, o recuo foi de 5%. Mas, mesmo nesses casos, a queda ficou aquém da desvalorização da soja, que caiu 8% em Chicago nos últimos 12 meses.

Novas fronteiras

Por outro lado, na avaliação de um período maior, o avanço do capital estrangeiro nos campos brasileiros fez explodir o preço da terra nas novas fronteiras agrícolas. Em três anos o valor do hectare aumentou até 238% nos estados do MaToPiBa (Maranhã, Tocantis, Piauí e Bahia) e chegou a subir mais de 600% em áreas pontuais de Mato Grosso e Amapá, mostra o levantamento da AgraFNP. O estudo revela que a procura crescente por terras nessas regiões tem se refletido no preço dos ativos em todo o país. Nos últimos 36 meses, o preço médio da terra aumentou 42% no Brasil – mais que a maior parte das aplicações financeiras.


Nos últimos três anos, a cotação do hectare subiu em todo o país. A maior variação foi registrada em Alagoas (188%) e a menor em são Paulo (7%). O Paraná teve alta de 31%, índice bem mais modesto que o observado nas novas fronteiras agrícolas do MaToPiBa. O preço médio do hectare avançou 30% na Bahia e mais que dobrou em três anos no Piauí, Maranhão e Tocantins. Na Bolsa de Chicago, a soja acumulou valorização de 36% no período. "As terras mais caras ainda são as do Sul e Sudeste do país. São áreas consolidadas, onde a logística é melhor e o clima permite a realização de duas safras anuais. Mas nessas regiões a liquidez é mais baixa, pois há menos disponibilidade de terras. Geralmente, são negócios entre vizinhos, que envolvem glebas pequenas, diferente do que ocorre nas regiões de fronteira", observa Jacqueline.
No Paraná, é preciso desembolsar entre R$ 800 e R$ 22.500 para comprar um hectare para o cultivo de grãos. Os preços variam de acordo com condições da terra e dos benefícios (infraestrutura) nas proximidades. Na região de Cascavel (Oeste), a mais valorizada do estado, um hectare vale hoje em média R$ 22.500, 8% menos que há um ano, mas 42% mais do que valia há três anos. "Em 2006, o hectare valia metade desse valor na região", lembra Jacqueline. No ano seguinte, a cotação chegou a R$ 26 mil, mas os preços caíram com força no final de 2008. O Oeste paranaense é a região que tem a maior produtividade média de soja do estado. Em Guarapuava, referência de produtividade de milho no Brasil, o hectare vale hoje cerca de R$ 15 mil, valor semelhante ao apurado em Ponta Grossa, também nos Campos Gerais. A cotação média é de pouco menos de R$ 20 mil em Londrina e de R$ 10 mil em Paranavaí. Em Umuarama (Noroeste), região do Arenito Caiuá, o hectare vale entre R$ 7,5 mi e R$ 11,5 mil. "Mesmo com as commodities em baixa, os proprietário resistem em reduzir os preços. Não estão dispostos a se desfazer de um ativo tão valioso como esse. (...) Até porque, a tendência é de valorização. Com a China e a Índia entrando fortemente no mercado consumidor, é inevitável pensar no crescimento do consumo de alimentos e na necessidade de aumento de produção", avalia Jacqueline.


Fonte: Agrolink.com
(Gazeta do Povo)
Autor: Luana Gomes com Agência Estado